domingo, 7 de julho de 2013

TIA SIM! POR QUE NÃO?


 Durante a semana um canal pago veiculou uma entrevista com a esposa de Paulo Freire a respeito da nova edição do livro 'PROFESSORA SIM, TIA NÃO'. Entre outras falas ela disse que no livro (que não li) estaria expressa a lógica de que a privatização do ensino teria causado um grande 'equivoco' ao levar a nomenclatura familiar 'tia' para a sala de aula, como se esta fosse extensão do núcleo familiar, fato que teria contribuído para a diminuição do prestígio e da autoridade da figura do professor.

Respeito e admiro muito Paulo Freire. Li algumas de suas obras. Sua contribuição para a educação brasileira é inestimável. Mas, não concordo!

Estudei em escolas privadas a vida toda. Somente na pós-graduação é que tive a oportunidade de estudar em universidade pública. Estudei no Instituto Santa Úrsula dos 03 aos 19 anos (concluí, inclusive o curso Normal) sempre chamei as primeiras professoras de 'tia' e nunca confundi as 'bolas'. Até onde me lembro, afora arroubos da adolescência, sempre tributei respeito aos meus mestres e me recordo de todos com muito carinho e admiração.

Sou professora universitária desde 1993. A experiência de dar aulas na graduação do Curso de Direito foi e é uma das mais gratificantes da minha vida. Nunca fui desrespeitada! Minha autoridade em sala de aula nunca foi questionada e sempre em tom de brincadeira refiro a mim mesma como 'tia Nina'  os alunos riem e uns me chamam carinhosamente assim!  

É devido a essa experiência 'vintage' que entendo que autoridade não vem da geração espontânea. Autoridade é algo que se constrói. Não é acessório de fábrica. Não vem do nome de família e nem da posição social. Autoridade é merecimento é atributo que vem da seriedade e do esforço. Professor sem ética, sem conhecimento, mal educado e ególatra nunca alcançará autoridade. Toda pessoa na condição de aluno desenvolve uma percepção especial com relação ao professor e passa a conhecê-lo de uma forma também especial e, não sei como, ele sabe quando esta sendo enganado, sabe quando não há amor, respeito e conhecimento da parte do professor!









sexta-feira, 21 de junho de 2013

QUERO OUVIR SUA VOZ

Em semana de novos protestos achei intrigante a postura de certos entrevistados pela TV que, sem mais delongas, se restringiram a elogiar os protestos, sorrindo, batendo no peito e declarando que a democracia é isso aí! Não sei se é. Pelo lado das autoridades públicas me pareceu que não. Ao ver a polícia metropolitana de São Paulo acoada trancafiando-se na prefeitura e, mesmo assim, jogando bombas de efeito moral...A polícia de Campinas perdendo as estribeiras sem qualquer tipo de preparo e outras manifestações absurdas de violência de quem deveria ter excelente conhecimento dessas questões, fiquei seriamente preocupada com os rumos da Nação.

Os movimentos multitudinários são objeto de estudo pelas Ciências Jurídicas e Sociais e é claro que em todas as ponderações sobre o assunto há unanimidade quanto à sua absurda complexidade. A maioria dos autores indica que o indivíduo na multidão sofre um processo de despersonalização disposto à práticas que ele próprio desconhece que seria capaz! Pois bem. É preciso refletir mais sobre isso. Num movimento de pauta um tanto quanto genérica, ainda que verdadeira, surgem questões de fundo já conhecidas por nós. Surge a questão da vingança privada. A oportunidade de desforra de mágoa, dor, raiva e o desejo de vingança que todo mundo tem e mente que não. Continuo sentindo cheiro de pólvora no ar.
A respeito do assunto indico o excelente artigo escrito há alguns ano e encabeçada pelo Dr. Gandini e mais duas autoras: http://jus.com.br/revista/texto/2676/responsabilidade-do-estado-por-movimentos-multitudinarios.


A mágoa maior ficou com Ribeirão Preto -SP para variar. Cidade modelo de 'cultura' e 'Cana-de- açúcar' 'vanguardiasta' de primeira ordem. Aqui morre um jovem que foi o alvo do medo capitalista de ter um carro avariado (só pode ser). Não tem perdão. Fica a pergunta, se a polícia (qualquer uma ou uma sequer) estivesse no funesto entroncamento, o jovem teria morrido? Não há democracia no abandono de segurança, direito fundamental de todos os indivíduos que nesse momento estão em solo brasileiro.

Só fica um pedido: Lula quero ouvir sua voz!





domingo, 16 de junho de 2013

BREVES LIBERDADES

Na semana de 'protestos' contra a tarifa de transporte coletivo, vaia à Presidenta Dilma e de Feira do Livro, uma coisa me chamou a atenção. Alguém escreveu que as atitudes dos jovens na Feira do Livro era pura demonstração de liberdade. Não era. Era a mais pura demonstração de que liberdade sem propósito é libertinagem, permissividade. Mais do que isso, o comportamento dos adolescentes demonstra que de alguma forma não estamos conseguindo atingir nosso propósito de educação e que os jovens estão sensibilizados com muitas coisas, não com livros ou com cultura em geral.

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Falando em liberdade com propósito: as manifestações em São Paulo, Rio e Brasília tinham propósito. Não me pareceu ser o preço da tarifa ou do custo com a Copa das Confederações. Há uma motivação subjacente, há uma agressividade escapando aos poucos...Essa motivação subjacente (seja qual for) já foi utilizada para suspender direitos civis... Há 'cheiro de pólvora no ar'.

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Pensando em semana de eventos vale apena lembrar que o Tailler, idealizado na década de de 50 pela liberdade criativa de Coco Chanel já foi reinventado várias vezes e é maravilhoso. O problema é que, de alguma forma, um determinado seguimento de mulheres insiste em usá-los de dia ou de noite como se fossem uma espécie de adereço intelectual um símbolo de cultura e arrojo pessoal. Tailler e Chanel sempre... mal cortados, mal ajambrados, justos demais ou largos demais...me desculpem... ou melhor... sem perdão!



domingo, 9 de junho de 2013

E A CULPA FICOU COM O MOTO-TÁXI

Em  semana de greve dos motoristas de ônibus a 'tosqueira' ficou por conta da mídia local. No primeiro dia de greve, uma matéria veiculada pela televisão 'prestou' o serviço de sempre.....Na rodoviária, o sábio repórter resolveu indagar ao mototaxista o porque da cobrança dobrada, ou até mesmo, triplicada das corridas.
Sem saber ao certo aonde estava se metendo e na falta de espírito crítico o entrevistado admitiu estar cobrando preço bem superior ao padrão. Errado? Certo? Certo. A imprensa deveria entrevistar logo os permissionários do serviço de transporte coletivo e perguntar duas coisinhas básicas a saber: Sabendo de antemão do dissídio coletivo da categoria, foi preparado plano de contingência para, ao menos minorar os problemas com a paralisação do serviço? e a outra, os senhores estão dispostos a abrir mãos do astronômico lucro que tem para compartilha-los com os empregados? Na iminência de provocar o empresariado a mídia resolveu colocar na mão dos motorista de moto-táxi a questão ética que envolvida.
Para quem não sabe, no mundo capitalista o mercado funciona na base da oferta e procura e é assim, nesse mercado que os empresários vivem e retiram seu lucro. Sem problemas. Mas... porque o moto-táxi não pode?

domingo, 2 de junho de 2013

FEIRA DO LIVRO

FEIRA DO LIVRO RIBEIRÃO PRETO

 Nem sempre concordo com as escolhas dos autores locais e os autores homenageados para a Feira do Livro. Deve ser porque não sei ao certo quais são os critérios! Há algum? Desconheço. O que sei é que a escolha dos autores locais sempre me deixa aturdida porque, desculpem a minha ignorância,  com exceção do escolhido para a versão 2013, nunca ouvi falar neles! Ou melhor ouvi sim, nas Feiras anteriores! Mas é só.
Isso me faz questionar o mercado editorial e a ..... bobagem... isso me faz questionar o nível de oportunidades de divulgação de obras locais e a perguntar por que uma Cidade com Ribeirão Preto, com um evento da magnitude da Feira do Livro, sempre apresenta mais do mesmo? Não tenho nada contra Monteiro Lobato, tenho algo contrário àquilo que nos meios universitários se chama 'igrejinha'.. tipo assim, fulano, amigo de sicrano, indica a obra de beltrano, que também é compadre de fulano e todos tomam café na casa do sicrano...desde.....a década de 20, formaram um clube para onde somente são convidados os amigos dos amigos de sicrano numa roda hermética que tem de tudo...menos democracia.

Já sei o você vai falar! Monte o seu clubinho.... Talvez seja assim que as coisas funcionam.

Uma informação. Não sou autora de livros literários. Mas sou brasileira e leitora.

Nina