sexta-feira, 21 de junho de 2013

QUERO OUVIR SUA VOZ

Em semana de novos protestos achei intrigante a postura de certos entrevistados pela TV que, sem mais delongas, se restringiram a elogiar os protestos, sorrindo, batendo no peito e declarando que a democracia é isso aí! Não sei se é. Pelo lado das autoridades públicas me pareceu que não. Ao ver a polícia metropolitana de São Paulo acoada trancafiando-se na prefeitura e, mesmo assim, jogando bombas de efeito moral...A polícia de Campinas perdendo as estribeiras sem qualquer tipo de preparo e outras manifestações absurdas de violência de quem deveria ter excelente conhecimento dessas questões, fiquei seriamente preocupada com os rumos da Nação.

Os movimentos multitudinários são objeto de estudo pelas Ciências Jurídicas e Sociais e é claro que em todas as ponderações sobre o assunto há unanimidade quanto à sua absurda complexidade. A maioria dos autores indica que o indivíduo na multidão sofre um processo de despersonalização disposto à práticas que ele próprio desconhece que seria capaz! Pois bem. É preciso refletir mais sobre isso. Num movimento de pauta um tanto quanto genérica, ainda que verdadeira, surgem questões de fundo já conhecidas por nós. Surge a questão da vingança privada. A oportunidade de desforra de mágoa, dor, raiva e o desejo de vingança que todo mundo tem e mente que não. Continuo sentindo cheiro de pólvora no ar.
A respeito do assunto indico o excelente artigo escrito há alguns ano e encabeçada pelo Dr. Gandini e mais duas autoras: http://jus.com.br/revista/texto/2676/responsabilidade-do-estado-por-movimentos-multitudinarios.


A mágoa maior ficou com Ribeirão Preto -SP para variar. Cidade modelo de 'cultura' e 'Cana-de- açúcar' 'vanguardiasta' de primeira ordem. Aqui morre um jovem que foi o alvo do medo capitalista de ter um carro avariado (só pode ser). Não tem perdão. Fica a pergunta, se a polícia (qualquer uma ou uma sequer) estivesse no funesto entroncamento, o jovem teria morrido? Não há democracia no abandono de segurança, direito fundamental de todos os indivíduos que nesse momento estão em solo brasileiro.

Só fica um pedido: Lula quero ouvir sua voz!





2 comentários:

  1. Vivemos um momento que propicia profundas reflexões. Ai daqueles (sejam de que opinião forem) que ignorem os fatos como ensejadores de reflexão... Não se confundam manifestações reivindicatorias com carnaval festivo ou bandidismo e nem com oportunidades eleitoreiras ou oportunismo para o poder...

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  2. Também gostaria de ouvir a voz do Lula neste momento tão importante. E fica a pergunta: cadê ele?

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